Localizado a 10km do centro de Quebec, o Parc de la Chute-Montmorency não deve ficar de fora de um roteiro de viagem pela região. Eu não tinha a real noção do que encontraríamos no parque, principalmente porque estava no fim do outono e o clima já era bem frio. Mas no instante em que, da própria estrada, vimos o que nos esperava, sabíamos que as alfinetadas do vento gelado nas mãos seriam bem-vindas.

Foi a única vez em que usamos o carro durante nossos 2 dias na cidade de Québec, e só a rápida viagem de 15 minutos até o Parc de la Chute-Montmorency já vale o passeio. A região é linda, com casas bem cuidadas, vista do rio Saint-Laurent e as árvores coloridas pelo outono.

Ao chegarmos ao parque Montmorency, vimos que havia um estacionamento na parte inferior, apesar do nosso GPS nos mandar para outro local. Este estacionamento inferior é uma boa alternativa para quem está visitando o parque no período de funcionamento do teleférico, pois sobe-se de teleférico e depois caminha-se para a ponte suspensa. É, tem uma ponte suspensa que cruza sobre a cachoeira, mas já já falaremos dela.

Como durante nossa visita o teleférico já estava fora de temporada, seguimos direto para o estacionamento na porção superior, já em frente ao Manoir Montmorency, onde funciona um centro de informações (pegamos mapas do parque), um restaurante e um museu. Há banheiros disponíveis e aluguel de armários. Por estar fora de temporada, não estavam cobrando entrada ao parque, nem estacionamento.

A vista dali de cima já era maravilhosa, com o rio Saint-Laurent à frente e a ilha d’Orléans do outro lado do rio. Mas as crianças estavam mesmo eram ansiosas pela cachoeira, então lá fomos nós, mesmo com a mãe aqui já tentando controlar o nervosismo.

Passamos primeiro pelo Cliffside Boardwalk, um calçadão de madeira sobre o desfiladeiro (atenção às crianças).

Difícil resistir ao impulso de subir direto para a ponte, mas não deixe de gastar alguns minutinhos descendo alguns poucos degraus até o mirante Baronness, de onde se tem uma vista bem legal da ponte e da cachoeira.

Agora sim, vamos atravessar a ponte.

Não, ela não balança. Pelo menos não muito. Não sei como é a ponte de outro parque próximo à cidade de Québec, o Canyon Sainte-Anne, que não chegamos a visitar porque estava fechado no período da nossa viagem, mas a ponte do Parc de la Chute-Montmorency não foi tão desagradável quanto achei que poderia ser.

A Montmorancy Falls se forma quando o rio Montmorency desagua no rio Saint-Laurent. A queda d’água tem uma altura de 83 metros, sendo 30 metros maior que a queda das Cataratas do Niágara, para a qual só perde por volume de água.

E os meninos, o que acharam?
Precisa mesmo perguntar?

O difícil mesmo era sobreviver ao vento que castigava nossas mãos já que precisávamos tirar as luvas para as fotos, e mais fotos, daquela extraordinária beleza natural.

Do outro lado da ponte seguimos pela Royal Trail e passamos pela entrada da Via Ferrata, que deve ser muito divertida durante o verão (não para mim, mas para quem curte esportes radicais). Nesta Via Ferrata há três circuitos disponíveis, um para escalada no muro de pedra, outra para rapel e, o mais louco de todos, uma enorme tirolesa que vai de um lado a outro da cachoeira. E os meninos disseram que queriam ir!!!! Graças a Deus que não estava funcionando… me pouparam de um infarto.


Imagina essa tirolesa???
Depois de atravessar outra pequena ponte, a Fault Bridge, seguimos pela Battery Trail.

E o parque continuava com muito espaço para as crianças correrem e se esbaldarem, playground para gastarem a energia e aquecerem o corpo, e o outono ainda nos presenteando com as cores amarela e vermelha das árvores.

Fomos até o mirante mais alto da Panoramic Stairway para ter a vista do outro lado da cachoeira.

Panoramic Stairway

Vista da Montmorency Falls na Panoramic Stairway
Para baixo, 487 degraus ancorados no penhasco levam até a base da cachoeira, chegando perto para ver e escutar a força da queda d’água. Esta escadaria estava fechada devido ao frio e à possibilidade de formação de gelo nos degraus, então fui poupada deste exercício, apesar de que não sei se desceríamos de qualquer forma, já que parecia molhar bastante lá embaixo. Mas o arco-íris… ahhhhhh!

Fizemos o caminho de volta para o estacionamento, visitamos o museu do Manoir Montmorency e, como ainda era metade da manhã, decidimos esticar um pouco mais nosso deslocamento e conhecer a Basílica de Sainte-Anne-de-Beaupré (a 24km do Parc de la Chute-Montmorency e 34km de Quebec).

O templo dedicado à Santa Ana, mãe da Virgem Maria e padroeira nos naufragados, é imponente e grandiosa. A atual igreja foi construída em 1923, mas teve sua primeira construção concebida em 1650 por um grupo de marinheiros que havia sofrido um naufrágio e, em agradecimento, ergueu a capela.
A praça em frente a basílica conta com um bem cuidado jardim e uma escultura de Santa Ana.

É possível visitar o interior do santuário diariamente das 8h às 17h. Logo na entrada, vemos várias muletas expostas como resultado da fé dos devotos nos milagres atribuídos à Santa Ana.

O mosaico no teto descreve a vida de Sainte-Anne. Os vitrais narram a marcha dos peregrinos. O altar tem uma belíssima estátua de Santa Ana como destaque.

Em 1876 Sainte-Anne foi proclamada padroeira de Québec.
Para quem está de carro, se afastar um pouco do centro da antiga Québec também pode render bons passeios para a família toda.

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