Mais uma vez recorremos a empresa Mirabus para fazer o tour em ônibus panorâmico pela cidade de Callao, coladinha em Lima. Esse passeio está disponível apenas aos domingos, saindo do Parque Kennedy às 10:15h. Adultos pagam 90 soles e crianças de 4 a 10 anos, 70 soles. O almoço executivo no Centro Naval del Peru e as entradas para a Fortaleza del Real Felipe, o Museo Naval e o Submarino Abtao estão incluídos no valor. Ao todo, o passeio dura cerca de sete horas. A empresa Turibus, que sai do Larcomar, possui um tour semelhante.
O percurso até Callao dura entre 45 min a 1 hora, dependendo do trânsito. Como a parte de cima do ônibus é descoberta, não custa lembrar a importância de estar bem agasalhado porque o vento frio é cruel. Fomos em Setembro, mas também não se deve esquecer do protetor solar, mesmo no inverno, porque em Callao estava um sol brilhante e chegamos até a pegar um bronze.
A primeira parada do ônibus é na Fortaleza del Real Felipe, uma das maiores já construídas pelos espanhóis no século 18. Recebeu esse nome em homenagem ao primeiro rei Bourbon, o Felipe V.
Nós circulamos a pé o interior de toda a fortaleza acompanhados por um guia local, que vai explicando os detalhes históricos. Seu formato pentagonal visava a defesa contra ataques de piratas e a fortaleza foi a última resistência das forças espanholas no Peru. Podemos encontrar alguns canhões de bronze e ferro ao longo da caminhada, além de tanques militares.
Entramos na Casa do Governador, onde há exposição de objetos, uniformes, bustos, entre outros. Assistimos a uma apresentação liderada por ninguém menos que um pirata. Os meninos adoraram. É até engraçado, mas um pouco longo demais, e como ficamos todos em pé pode acabar sendo cansativo.
Por último, subimos na Torre do Rei, de onde temos uma boa vista do Porto de Callao, da cidade, e do oceano. A subida pode ser por escada ou rampa.
Do topo da torre podemos avistar duas ilhas, a San Lorenzo e a El Frontón. A San Lorenzo é a maior ilha do Peru e serviu de covil de piratas no período colonial. Já a El Frontón foi uma prisão política e depois uma cadeia para prisioneiros comuns. Ainda perto de Callao, está a ilha Palomino que é muito visitada por turistas devido à presença dos leões-marinhos que habitam a ilha. Passeios de barco para a ilha partem de Callao. Não chegamos a conhecer.
Depois de muita caminhada na fortaleza, retornamos para o ônibus que dá uma volta pela cidade antes de seguir para o Centro Naval del Peru, onde almoçamos.
O esquema é de almoço executivo, com o menu já definido. Primeiro serviram uma salada de folhas com frango desfiado, seguido por frango grelhado com arroz e vegetais cozidos. De sobremesa, um pedaço de pudim de leite. De bebida, suco de limão. A comida, apesar de simples, era gostosa. Ao menos quebrou o galho.
Após o almoço, fomos para o Museo Naval, que fica bem ao lado do Centro Naval. Nesse museu encontramos instrumentos de navegação, documentos históricos, pinturas, uniformes, objetos da Guerra do Pacífico, entre outras coisas. O que os meninos mais curtiram foram as miniaturas de navios de diferentes épocas.
Depois do museu, foi só atravessar a rua e caminhar alguns metros para chegarmos ao Submarino Abtao. Primeiro assistimos a um vídeo, que tem duração de 12 minutos, numa salinha que imita um submarino. Em seguida, nos dirigimos para o Abtao.
Eu nunca tinha entrado num submarino e estava com receio porque já comentei várias vezes em posts aqui no blog que tenho uma certa tendência claustrofóbica. Não me sinto nada bem em lugares apertados e não aguento ficar muito tempo. Até hoje não vivi uma situação que realmente desencadeasse um pânico, mas estive próximo a isso ao descer numa das galerias subterrâneas quando visitamos o Chavín de Huantár. Então, estava sem saber como iria reagir. Na hora que vi o túnel apertado por onde se desce, pensei em desistir. Mas o Matheus viu a minha reação e também ficou com medo. Como eu não queria passar isso para ele, nem queria que ele deixasse de viver essa experiência, respirei fundo, me fiz de forte para dar confiança para ele descer, e desci também.
E, para minha surpresa, o aperto da descida não se concretizou lá embaixo. Até que não era tão apertado assim. Dava para ficar em pé com bastante folga, havia espaço suficiente para não me sentir enterrada viva. Portanto, foi bem tranquilo. Em comprimento, também fiquei surpreendida ao ver que era bem maior do que imaginava. No fim, curtimos muito e foi uma experiência bem diferente para as crianças. Pudemos ver como são os banheiros, onde a tripulação dorme, como cozinham, onde comem, as salas de comando, e até olhamos no periscópio. Toda a visita é acompanhada por um guia.
Retornamos para o ônibus e seguimos viagem de volta para Miraflores até o Parque Kennedy, onde acabava o tour. Achamos esse passeio muito legal, educativo e diferente, sendo uma ótima opção para quem possui mais tempo para explorar além de Lima.
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