Por incrível que pareça, já morei no Rio de Janeiro inúmeras vezes e nunca havia visitado o Forte de Copacabana. Claro que já fui caminhar no famoso calçadão. Quem nunca? E via o forte lá no finalzinho da praia, de longe, olhando para mim, chamando, mas não entrava. Mal sabia o que estava perdendo. E o pior de tudo, nem sequer pagaria a entrada, já que para militares e dependentes é gratuito. Aí já era de mais, né? Tinha que resolver essa questão o quanto antes, afinal querer viajar o mundo e não conhecer o que a própria cidade onde mora tem a oferecer é um tanto vergonhoso. Então lá fomos nós “turistar” no Rio de Janeiro, o nosso lar do momento (no próximo ano, só Deus sabe) e destino de viagem de milhares de pessoas do Brasil e do mundo, começando por explorar o Forte de Copacabana.
Construído em 1914, tendo como objetivo o reforço da defesa da Bahia de Guanabara, o forte ocupa uma área de 114.169m2. Tinha um potente sistema de canhões de fabricação alemã e fora considerado a mais moderna praça de guerra na América do Sul, além de ter sido palco de diversos fatos históricos. Com a extinção das Baterias de Artilharia em 1987 e a fundação do Museu Histórico do Exército (1996), o forte passou a ser um local de preservação da história do Exército Brasileiro.
O grande problema para quem visita o forte é que não há estacionamento no local, sendo necessário achar uma vaga pelas ruas (missão quase impossível) ou pagar a fortuna cobrada em estacionamentos rotativos. Fomos num sábado, por volta das 16h, e rodamos nem sei quantas vezes para conseguir uma vaguinha perdida.
Os primeiros metros que caminhamos pela lateral do forte já foram suficientes para causar aquele arrependimento por não ter estado ali antes. A vista do mar, da praia, da orla, do Pão de Açúcar é privilegiada.
Quanto mais para o interior do forte, melhor fica a paisagem. Só é preciso ter cuidado com as crianças pequenas porque a mureta é bem baixa, sendo, inclusive, proibido sentar nela para evitar acidentes.
Antes de visitarmos o museu, fomos na recepção da Confeitaria Colombo para verificar o tempo de espera. Já estivemos diversas vezes na Colombo do centro da cidade, era ponto de parada obrigatório quando vínhamos ao Rio. A filial do Forte de Copacabana nem de longe tem o charme da original, mas serviria para matar a saudade daquela deliciosa coxinha de galinha que adoro. Como não estava com espera, nem nos preocupamos, mas em dias de maiores movimentos é possível já deixar o nome na fila e continuar passeando pelo forte. Quando a mesa estiver liberada, eles ligam para o celular. A procura pelas mesas externas, por causa da paisagem, é maior do que pelo salão interno (no calor, prefiro o bom e velho ar-condicionado).
O Museu Histórico do Exército ocupa dois andares e na recepção está disponível um audio tour em três idiomas, inglês, espanhol e português. O custo é de 10R$.
O melhor é subir direto para o segundo andar (tem elevador), onde está o Salão Colônia/Império, e vir descendo, porque fizemos o inverso e não seguimos a exposição em ordem cronológica. Em várias vitrines, encontramos cenários bem montados que remetem a algum fato histórico militar do período colonial.
Vamos lendo sobre a história do nosso país como o descobrimento do Brasil, as expedições Bandeirantes que influenciaram a formação do território brasileiro, a Batalha dos Guararapes, a Tríplice Aliança, além de personalidades como Conde de Linhares, Duque de Caxias e Marechal Deodoro da Fonseca.
Nesse andar há uma área destinada às crianças onde podem pintar e desenhar.
No primeiro andar fica o Salão República, no mesmo estilo do anterior, mas contando a história do período republicano, como a Revolta da Armada, a Guerra de Canudos, os 18 do Forte, a modernização do Exército e até a participação na II Guerra Mundial com a Força Expedicionária Brasileira.
Confesso que o museu nos surpreendeu pela qualidade das exposições e material informativo. Pena que não havia nem fumaça dos guias ilustrativos que deveriam estar na entrada das galerias, disponíveis em inglês, espanhol e francês.
Nós passamos ainda pelos Gabinetes de Curiosidades e pelo Salão dos Presidentes Militares.
Existem ainda exposições temporárias e a que estava ocorrendo no dia era “Condecorações e Bandeiras Históricas Brasileiras”, localizada no salão na entrada do Museu Histórico.
A visitação à fortificação só não é melhor pelo cheiro de mofo no interior. Construído em forma de casamata, ou seja, parcialmente subterrânea e com a parte superior abobadada, a fortificação possui paredes externas com 12 metros de espessura para acolher as cúpulas giratórias dos canhões alemães. Ao total, são dois canhões de 305mm capazes de atingir alvos a 23km de distância, além de 2 canhões de 190mm e duas torres de canhões de 75mm.
Vamos passando por várias câmeras no interior da Fortificação, incluindo o paiol, as câmaras de tiro, os alojamentos, a enfermaria, a usina a diesel, entre outras. Os meninos adoraram e queriam saber de tudo fazendo várias perguntas para o pai. Para as crianças, foi a melhor parte do passeio.
Por fim, não se pode deixar de subir à Cúpula dos Canhões. A vista é maravilhosa! Muita gente aproveita para passar um tempinho sentado por ali curtindo a paisagem.
Quando retornamos para encerrar com um lanche na Confeitaria Colombo, já estava com uma pequena fila de espera. Resolvemos aguardar, mas só para acabar nos decepcionando, pois a coxinha de frango havia acabado. Ainda faltava mais de uma hora para o estabelecimento fechar em pleno sábado de sol numa região altamente turística e a administração deixa que um de seus produtos principais se esgote. Lamentável! Como é chato para um cliente pedir algo do cardápio e ouvir que não tem. Falha grave da Colombo. Para não termos perdido nosso tempo à toa, comemos ao menos a bomba de chocolate e fomos embora. E detalhe que apenas três doces, um salgado e dois refrigerantes já foram suficientes para a conta passar dos 60 reais. Da próxima vez vamos é experimentar o concorrente, o Café 18 do Forte.
Gostamos muito do passeio para um fim de tarde no Rio de Janeiro, onde tivemos a oportunidade de aprender mais sobre a história, experimentar a sensação de estar dentro de uma fortificação e ainda apreciar toda aquela beleza natural.
Localização: Praça Coronel Eugênio Franco n. 1, Posto 6, Copacabana, Rio de Janeiro
Horário de Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 18. A área externa, os Cafés e a lojinha ficam abertos até às 19:30.
Valores: adultos – 6R$;
– estudante, maiores de 60 anos e professores das redes municipal, estadual e federal (com apresentação da carteira de professor) – 3R$.
– crianças menores de 10 anos, militares das Forças Armadas e seus dependentes, e maiores de 80 anos – gratuito.
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