No dia do tour pelo Vale Sagrado, fizemos o check-out no hotel, pois à noite iríamos seguir para Aguas Calientes, onde pernoitaríamos antes de subir a Machu Picchu. Esse é um esquema muito comum, de forma que os hotéis guardam a bagagem dos hóspedes para que não precisem carregar tudo. O hotel não cobrou nenhuma taxa extra para guardar nossa mala. Portanto, saímos apenas com uma mochila contendo uma muda de roupa e material de higiene pessoal.
Nosso ônibus saía às 9h, mas o horário marcado em frente à agência de viagem, próximo da Plaza de Armas, era às 8:45. Para esse tour, independente se acompanhado ou não de criança, não se deve esquecer de passar protetor solar, mesmo durante o inverno. Também é bom levar água e algum lanchinho para as crianças.
Nós fechamos o tour com a mesma agência que fizemos o City Tour no dia anterior. Foram organizados, pontuais, e o guia turístico, o Jesus, era bem preparado e transmitia muitas informações importantes e interessantes. O valor que pagamos foi 50 soles por adulto (incluindo o almoço) e 25 soles por criança (sem almoço, mas disseram que como era em Buffet, eles podiam comer conosco sem problema). Vale lembrar que, para entrada nos sítios arqueológicos, é necessário o Boleto Turístico.
O tour que fizemos incluía a visita a Pisac, um almoço (incluído no valor pago) em um restaurante buffet em Urubamba, além de Ollantaytambo e Chinchero. É um tour de dia inteiro, sendo o retorno para Cusco (para aqueles que não ficam em Ollantaytambo) já à noite. Nós não voltamos com o grupo para Cusco, e não conhecemos Chinchero, pois pegamos o trem para Aguas Calientes na estação da Perurail em Ollantaytambo. É uma boa opção para quem quer ganhar tempo, já que a viagem de Ollanta para Aguas Calientes é mais curta.
A viagem de Cusco para Pisac dura cerca de 45 min a 1h. Antes de chegarmos ao Sítio Arqueológico de Pisac, o ônibus fez uma parada de uns 30 minutos num pequeno mercado artesanal, o Willka Pukara.
Os meninos quiseram tirar mais fotos com as llamas. Lembrando que as senhoras que ficam com esses animais para foto cobram uma gorjeta para isso, normalmente apenas 1 sol, mas claro que não vão achar ruim se quiser pagar mais.
Essa parada é uma boa hora para usar o banheiro do local, pois em Pisac não há. Cobram 1 sol, prática comum no Peru. Até em Machu Picchu há uma taxa para utilizar o banheiro.
Pisac
Pisac começou como um posto militar para combater invasores. Posteriormente, passou a ser um centro religioso e residencial. É possível ver os amplos terraços agrícolas onde eram plantadas centenas de tipos de batatas.
Passando por um caminho estreito (é importante estar atento às crianças porque há o precipício do vale sem qualquer proteção), chegamos às escadas que levam ao alto da colina, onde há ruínas de enormes muros de pedras. É uma senhora subida e a altitude não colabora muito. Do topo dá para tirar fotos de todo o vale.
A vista do vale é incrível em Pisac.
Numa montanha ao lado das ruínas podemos ver pequenos buracos que eram covas de um cemitério inca.
Permanecemos cerca de 1 hora em Pisac, entre o tour guiado e um tempo livre para fotos e exploração da área.
Ainda próximo a Pisac, o ônibus fez uma parada numa loja de fábrica de produtos de prata, chamado “Tesoro de Los Incas“. Não tenho muita noção de preços, mas devia ser mais barato comprar prata lá do que em qualquer lugar do Brasil.
Urubamba
Saindo de Pisac, levamos mais uns 40 minutos até Urubamba, uma cidade maior e com opções para alimentação e hospedagem. Não chegamos a conhecer a cidade propriamente dita.
Como nosso tour já incluía o almoço, fomos direto para o restaurante, que era em sistema de Buffet Livre. Essa parada para o almoço ocorre já quase 14h, por isso é importante ter lanche para as crianças na mochila. O restaurante era muito bom, com várias opções de pratos, típicos ou não, além de sobremesas. Os meninos não pagaram o buffet, mas comeram normalmente. Apenas a bebida era paga à parte, e era bem carinha, por sinal. Tivemos 45 minutos para almoço antes de retornar para o ônibus e seguir para Ollantaytambo.
Ollantaytambo
De Urubamba para Ollantaytambo é uma curta viagem de uns 30 minutos. Mal dá para fazer a digestão, de forma que um bom conselho aqui é que, apesar de ser buffet livre, evite comer demais ou vai pagar todos os pecados em Ollantaytambo. Ao menos vai ter a certeza de que gastará todas as calorias ingeridas no almoço.
Além das ruínas, Ollantaytambo é uma pequena cidade que tem opções de hospedagem e vários restaurantes e lanchonetes. Há, também, uma estação da Perurail, onde muitos turistas optam por pegar o trem para Aguas Calientes.
Na frente da entrada do sítio arqueológico há um pequeno mercado artesanal.
Ao entrar, nos deparamos logo com a grandiosidade do local. Primeiro o guia faz uma passagem por alguns pontos dando informações gerais. Depois temos um tempo livre para explorar melhor da forma que desejarmos. O ônibus fica em Ollantaytambo por cerca de 1h e meia, mas como não seguiríamos para Chinchero, ficamos mais à vontade. Porém, cometemos a besteira de deixar nossas coisas dentro do ônibus e o marido teve que sair para buscar.
Ollantaytambo foi inicialmente chamada de Qosqo Ayllu. O nome Ollantaytambo é uma referência ao nome do general inca que se apaixonou pela filha do imperador Pachacutéc. A cidade tem grande importância para os peruanos devido à maior vitória dos incas sobre os espanhóis. Todas as enormes pedras da fortaleza foram trazidas das montanhas vizinhas. Então, considerando que algumas pesam toneladas, é possível imaginar a dificuldade que foi construí-la. Vale ressaltar que toda a fortaleza é sismo-resistente, pois foi construída com vigas de sustentação e com espaços livres entre as pedras, capazes de suportar as ondas sísmicas de um terremoto.
A subida até o topo da colina pode ser desgastante, mas compensa todo o esforço. Quem está com crianças, mais uma vez vale a lembrança de atenção redobrada, estando sempre de mãos dadas.
Na montanha em frente às ruínas, podemos ver na encosta a imagem de Tunupa, o guardião dos alimentos, ao lado de onde os alimentos ficavam guardados. Além disso, a armazenagem dos alimentos àquela altura favorecia a sua conservação mesmo em dias de sol intenso, pois o vento forte que bate na montanha mantinha o local bem fresco.
De acordo com a cultura inca, tudo que estava no céu deveria ser representado na terra, assim, existem vários trabalhos manuais nas pedras que retratam os astros, como por exemplo, a constelação do cruzeiro do sul representado nas pedras da fortaleza de Ollataytambo, conhecida como “Chacara” (a cruz quadrada).
Como nosso trem para Aguas Calientes era apenas às 19:00, tínhamos tempo para dar uma volta pela cidadezinha. Passeamos pela praça, fizemos um lanche e assistimos ao pôr do sol nas montanhas.
Fomos caminhando para a estação do trem e seguimos a viagem de 1h e 30 minutos para Aguas Calientes. Falaremos melhor de todo o deslocamento para Machu Picchu no próximo post.
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Peru com crianças – Arequipa (Monastério de Santa Catalina)
Thyl, li todo seu relato sobre o Peru e gostei muito .Tirou várias dúvidas que eu tinha,
Vou com minha família em Julho.
Você comprou os ingressos pra MP aqui ou por lá mesmo? E os do trem Puno-Cusco? Eu tentei comprar ,mas deu problema com o meu cartão…
Um abraço,
Luciana
Oi Luciana. Que bom que o blog está te ajudando de alguma forma. Compramos os ingressos de MP apenas em Cusco, mas fomos em baixa temporada. Também não conseguimos comprar do Brasil por causa do cartão. Já os trens, tanto de Puno pra Cusco quanto de Cusco para Aguas Calientes, comprei antecipado, direto com o site da Perurail.
Abç
Thyl